Tendências e perfil epidemiológico da sífilis gestacional e congênita no Brasil e no Pará

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.17881689

Palavras-chave:

Sífilis congênita, SINAN, Epidemiologia, Saúde Pública, Vigilância em saúde

Resumo

A sífilis gestacional e congênita constituem um importante problema de saúde pública devido à sua elevada transmissibilidade vertical e aos graves impactos fetais, como natimortalidade, prematuridade e sequelas neurológicas. Este estudo analisou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan-Net) entre 2018 e 2023 no Brasil e no Estado do Pará, totalizando 439.723 casos de sífilis gestacional e 154.525 de sífilis congênita no país, além de 16.611 e 6.042 casos, respectivamente, no Pará. Foram avaliadas variáveis como sexo, faixa etária, etnia, escolaridade, classificação clínica, momento do diagnóstico, realização de pré-natal e evolução clínica, com processamento dos dados no Microsoft Excel. Observou-se aumento progressivo dos casos de sífilis gestacional, especialmente em 2022 e 2023. A maioria ocorreu em mulheres jovens (20–29 anos), pardas e com baixa escolaridade, predominantemente na fase primária da doença, sugerindo infecção recente. A sífilis congênita recente foi a forma mais prevalente entre os recém-nascidos, com maior incidência em meninos. Embora a maioria das infecções maternas tenha sido diagnosticada durante o pré-natal, ainda há número expressivo de detecções apenas no parto. A persistência de desfechos graves, como natimortos e abortos, indica falhas na prevenção da transmissão vertical, mesmo com avanços na testagem. O estudo evidencia o papel estratégico do Sinan no monitoramento epidemiológico e na formulação de políticas públicas, ressaltando a necessidade de estratégias integradas de rastreamento, educação em saúde e acompanhamento pré-natal qualificado, sobretudo entre populações socialmente vulneráveis.

Biografia do Autor

  • Rayana Franciele Lopes Paz, Universidade Federal do Pará-UFPA

    Graduanda em Farmácia

    Bolsista do Programa de Educação Tutorial- PET FARMÁCIA 

  • Gabriela Bouças Dias Machado de Pinho , Universidade Federal do Pará-UFPA

    Graduanda em Farmácia 

    Bolsista do Programa de Educação Tutorial- PET FARMÁCIA 

  • Dandara Carneiro Almeida, Universidade Federal do Pará-UFPA

    Graduanda em Farmácia

    Bolsista do Programa de Educação Tutorial- PET FARMÁCIA 

  • Samilly Beatriz Amaral Pereira, Universidade Federal do Pará-UFPA

    Graduanda em Farmácia 

    Bolsista do Programa de Educação Tutorial- PET FARMÁCIA 

  • Laís Gabrielly Abreu dos Santos , Universidade Federal do Pará-UFPA

    Graduanda em Farmácia 

    Bolsista do Programa de Educação Tutorial- PET FARMÁCIA 

  • Maria Clara Martins da Rocha, Universidade Federal do Pará-UFPA

    Graduanda em Farmácia 

    Bolsista da Secretária Municipal de Saúde-SESMA 

  • Rafaella Barros dos Santos, Universidade Federal do Pará-UFPA

    Graduanda em Farmácia

    Bolsista do Laboratório de Nanotecnologia Farmacêutica 

  • Gleison Gonçalves Ferreira, Universidade Federal do Pará-UFPA

    Mestre em Ciências Farmacêuticas - Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas 

     

  • Maria Fâni Dolabela, Universidade Federal de Minas Gerais- UFMG

    Professora do Instituto de Ciências da Saúde

    Instituição de formação: Universidade Federal de Minas Gerais- UFMG

Referências

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Publicado

12/10/2025

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

PAZ, Rayana Franciele Lopes; PINHO , Gabriela Bouças Dias Machado de; ALMEIDA, Dandara Carneiro; PEREIRA, Samilly Beatriz Amaral; SANTOS , Laís Gabrielly Abreu dos; ROCHA, Maria Clara Martins da; SANTOS, Rafaella Barros dos; FERREIRA, Gleison Gonçalves; DOLABELA, Maria Fâni. Tendências e perfil epidemiológico da sífilis gestacional e congênita no Brasil e no Pará. Journal of Social Issues and Health Sciences (JSIHS), [S. l.], v. 2, n. 6, 2025. DOI: 10.5281/zenodo.17881689. Disponível em: https://ojs.thesiseditora.com.br/index.php/jsihs/article/view/506.. Acesso em: 14 dez. 2025.