Evolução das técnicas de vitrectomia no tratamento do descolamento de retina: impacto na taxa de recorrência e complicações pós-operatórias
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13950964Palavras-chave:
Vitrectomia, Descolamento De Retina, Cirurgia Oftalmológica, Técnicas Cirúrgicas Minimamente InvasivasResumo
Este artigo revisa sistematicamente a evolução das técnicas de vitrectomia para o tratamento do descolamento de retina, focando em inovações que influenciam a taxa de recorrência e complicações pós-operatórias. A vitrectomia é uma técnica cirúrgica usada para tratar diversas condições retinianas, como descolamento de retina regmatogênico e buracos maculares, e envolve a remoção do humor vítreo para acessar e tratar a retina. Desde a primeira vitrectomia pars plana em 1972, o desenvolvimento de instrumentos e técnicas, como a microincisão e avanços em sistemas de visualização, têm contribuído para a melhoria dos resultados cirúrgicos e recuperação dos pacientes. No entanto, complicações como catarata, hemorragia vítrea e proliferação vitreorretiniana ainda são desafios significativos. O estudo utilizou uma revisão sistemática de artigos publicados nos últimos 20 anos em bases de dados como PubMed e LILACS, selecionando 5 estudos altamente relevantes dentre 120 inicialmente identificados. Os critérios de inclusão abrangeram estudos em humanos sobre técnicas de vitrectomia e suas inovações tecnológicas. A análise abordou técnicas como a vitrectomia com peeling de membrana limitante interna, retalho invertido para buraco macular, e vitrectomia por microincisão com visualização de ângulo amplo. Os resultados mostraram que a vitrectomia pars plana (PPV) é eficaz em promover o sucesso anatômico em casos de descolamento de retina, especialmente com múltiplas intervenções. A adição de fivela escleral à PPV não demonstrou benefícios significativos em longo prazo. Para casos de descolamento com buraco macular, a técnica de retalho invertido teve maior taxa de sucesso anatômico do que o peeling convencional. A vitrectomia por microincisão mostrou-se eficaz para o tratamento de descolamento primário, com altas taxas de recolocação da retina. Em pacientes com descolamento tracional diabético, o sucesso anatômico não garantiu melhorias funcionais relevantes, destacando a importância de intervenções precoces. A conclusão sugere que a escolha da técnica deve ser personalizada, considerando características clínicas, como a presença de vitreorretinopatia proliferativa e o estado macular. Técnicas menos invasivas demonstram benefícios em descolamentos primários, enquanto a flambagem escleral pode reduzir a progressão da catarata em casos de descolamento regmatogênico. Estudos futuros são necessários para otimizar critérios de escolha cirúrgica e melhorar os desfechos a longo prazo, especialmente em casos complexos.
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