Bronquiolite: fisiopatologia, diagnóstico e estratégias terapêuticas na infância

Resumo

A bronquiolite é uma infecção respiratória aguda comum em lactentes, caracterizada por inflamação e obstrução dos bronquíolos, sendo o vírus sincicial respiratório (VSR) o principal agente etiológico. A doença pode variar de formas leves a graves, sendo uma das principais causas de hospitalização em crianças pequenas. O diagnóstico é clínico e o manejo baseia-se em suporte respiratório e hidratação, com eficácia limitada de intervenções farmacológicas. Este estudo teve como objetivo revisar a fisiopatologia, os critérios diagnósticos e as estratégias terapêuticas da bronquiolite, avaliando a eficácia das abordagens clínicas e farmacológicas, além de identificar lacunas na literatura para futuras investigações. Foi realizada uma revisão sistemática nas bases de dados PubMed, SciELO, Scopus, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Google Acadêmico, incluindo estudos publicados entre 2015 e 2024. Ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas e metanálises foram selecionados conforme os critérios PRISMA. Os achados indicam que a fisiopatologia da bronquiolite envolve uma resposta inflamatória intensa nos bronquíolos, levando a edema, hipersecreção mucosa e obstrução brônquica. O diagnóstico permanece predominantemente clínico, com exames complementares indicados apenas para casos atípicos ou graves. O tratamento baseia-se no suporte respiratório, hidratação e oxigenoterapia quando necessário, enquanto broncodilatadores, corticosteroides e antibióticos não demonstraram benefícios significativos e não são recomendados rotineiramente. Conclui-se que a bronquiolite é uma doença autolimitada, mas pode evoluir para quadros graves, sendo o suporte clínico a principal estratégia terapêutica. Diante das limitações das intervenções farmacológicas, futuros estudos devem focar na identificação de biomarcadores prognósticos e no desenvolvimento de terapias para otimizar o manejo da doença.