Estenose aórtica em adultos: revisão sistemática da epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e manejo – atualização 2025

Resumo

A estenose aórtica é a valvopatia adquirida mais comum em adultos e representa uma das principais causas de morbimortalidade cardiovascular, especialmente em indivíduos acima de 65 anos. Caracteriza-se pelo estreitamento progressivo do orifício valvar aórtico, geralmente secundário à calcificação degenerativa, resultando em sobrecarga pressórica ventricular esquerda, hipertrofia concêntrica e risco elevado de insuficiência cardíaca, arritmias e morte súbita. O objetivo desta revisão sistemática foi sintetizar as evidências recentes sobre epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e manejo da estenose aórtica, com foco em estudos publicados entre 2018 e 2025. A busca foi realizada nas bases PubMed/MEDLINE, Embase, Cochrane Library e Scopus, incluindo ensaios clínicos randomizados, coortes, metanálises e diretrizes internacionais. Dos 3.418 estudos identificados inicialmente, 162 preencheram os critérios de elegibilidade. Os achados demonstram que a prevalência global continua aumentando devido ao envelhecimento populacional, com importante crescimento de intervenções percutâneas por meio da TAVI (implantação percutânea de válvula aórtica). As diretrizes mais recentes reforçam o papel do ecocardiograma como método diagnóstico central, enquanto novos marcadores de imagem e modelos hemodinâmicos contribuem para melhor estratificação de risco. Conclui-se que avanços terapêuticos modificaram substancialmente o prognóstico da estenose aórtica, especialmente em idosos e pacientes de alto risco cirúrgico, embora persistam desafios na definição de momentos ideais de intervenção e no manejo da estenose aórtica de baixo fluxo.