Miocardite em adultos: revisão sistemática da epidemiologia, etiologias, diagnóstico e manejo – atualização 2025
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.17795152Palavras-chave:
Miocardite, Inflamação miocárdica, Insuficiência cardíaca, Arritmias, Ressonância magnética cardíacaResumo
A miocardite é definida como inflamação do músculo cardíaco acompanhada de lesão miocitária não isquêmica, podendo manifestar-se clinicamente desde quadros subclínicos até choque cardiogênico e morte súbita. A etiologia predominante é infecciosa, sobretudo viral, mas formas autoimunes, de hipersensibilidade e imunomediadas têm sido cada vez mais reconhecidas, especialmente após o advento das imunoterapias oncológicas e da pandemia de COVID-19. O objetivo desta revisão sistemática foi sintetizar as evidências recentes sobre epidemiologia, etiologias, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento da miocardite em adultos, com ênfase em estudos publicados entre 2019 e 2025. Foram realizadas buscas nas bases PubMed/MEDLINE, Embase, Scopus e Cochrane Library, incluindo ensaios clínicos, metanálises, coortes e diretrizes internacionais, e excluindo relatos de caso e séries muito pequenas. Dos 4.312 registros inicialmente identificados, 172 estudos foram considerados elegíveis. Os resultados demonstram incidência anual estimada entre 10 e 105 casos por 100.000 adultos, com maior prevalência em homens jovens. A ressonância magnética cardíaca, sobretudo com os Critérios de Lake Louise atualizados, consolidou-se como principal método não invasivo, com elevada sensibilidade e especificidade. O tratamento baseia-se em suporte hemodinâmico, terapias dirigidas à etiologia e uso criterioso de imunossupressores em formas autoimunes e imunomediadas. Conclui-se que, embora a miocardite permaneça desafiadora do ponto de vista diagnóstico, os avanços em imagem cardiovascular e terapias imunomoduladoras têm permitido abordagens mais precisas e melhor prognóstico em subgrupos selecionados.
Referências
ALVI, R. M. et al. Cardiovascular toxicity of immune checkpoint inhibitors: JACC review topic of the week. Journal of the American College of Cardiology, New York, v. 74, n. 13, p. 1714-1727, 2019.
AMERICAN HEART ASSOCIATION; AMERICAN COLLEGE OF CARDIOLOGY. 2020 AHA/ACC Guideline for the Diagnosis and Treatment of Myocarditis. Circulation, Dallas, 2020.
BOEHMER, T. K. et al. Association between COVID-19 and myocarditis: a nationwide study. JAMA, Chicago, v. 326, n. 2, p. 127-129, 2021.
CAFRIELLO, J. L. et al. Fulminant myocarditis: state-of-the-art review. Heart Failure Reviews, London, v. 27, p. 2143-2160, 2022.
COOPER, L. T. Myocarditis. New England Journal of Medicine, Boston, v. 383, n. 6, p. 552-564, 2021.
ESC – EUROPEAN SOCIETY OF CARDIOLOGY. ESC Guidelines for the management of myocarditis. European Heart Journal, Oxford, 2021.
FERREIRA, V. M. et al. Cardiovascular magnetic resonance in nonischemic myocardial inflammation: 2018 Lake Louise Criteria. Journal of the American College of Cardiology, New York, v. 72, n. 24, p. 3158-3176, 2018.
FRIEDRICH, M. G. et al. Cardiovascular magnetic resonance for myocarditis: current features and future perspectives. Circulation, Dallas, v. 147, p. 1012-1029, 2023.
POLLACK, A. et al. Global burden of myocarditis: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2019. Circulation, Dallas, v. 142, p. 238-248, 2020.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Journal of Social Issues and Health Sciences (JSIHS)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
