Associação entre estilo de vida saudável e prognóstico em pacientes com Diabetes Mellitus

Resumo

O diabetes mellitus (DM) representa um problema de saúde pública global com alta prevalência e morbimortalidade, decorrente de suas complicações macrovasculares e microvasculares. No Brasil, o DM é responsável por altos custos ao sistema de saúde e está entre as principais causas de hospitalização. Evidências sugerem que mudanças no estilo de vida são eficazes para prevenir o surgimento e a progressão da doença, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O objetivo do presente trabalho foi analisar os efeitos da adoção de um estilo de vida saudável no prognóstico de indivíduos com DM1, DM2 e pré-diabetes. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura. A pergunta de pesquisa foi estruturada com base na estratégia PICO. A busca foi realizada nas bases MEDLINE, LILACS, BVS e SciELO, utilizando os descritores “diabetes”, “healthy lifestyle”, “physical activity” e “diet”, combinados com o operador booleano “AND”. Foram incluídos estudos originais publicados entre 2019 e 2024, nos idiomas português, inglês ou espanhol, que abordassem hábitos de vida saudáveis e seus efeitos no prognóstico do DM. A adoção de um estilo de vida saudável apresenta efeitos consistentes sobre o prognóstico do DM1, DM2 e do pré-diabetes. Em pacientes com DM2, a prática regular de exercícios físicos e a restrição calórica promovem redução da HbA1c, perda de peso e, em alguns casos, remissão da doença. No pré-diabetes, intervenções baseadas em dieta e atividade física reduzem de forma comprovada a progressão para DM2. Em pessoas com DM1, embora o tratamento dependa do uso de insulina, a atividade física regular melhora a aptidão cardiorrespiratória, reduz riscos cardiovasculares e está associada à menor mortalidade geral, desde que acompanhada de ajustes terapêuticos para prevenir hipoglicemias. A combinação de fatores como alimentação balanceada, manutenção de peso adequado, prática de exercício físico e abandono do tabagismo reduz o risco de complicações microvasculares e macrovasculares em todas as formas da doença. Portanto, estratégias voltadas à modificação do estilo de vida devem ser incorporadas no plano terapêutico de indivíduos com DM, como componentes efetivos para retardar a progressão da doença, prevenir desfechos adversos e ampliar a sobrevida com qualidade nessa população.