Noções Gerais sobre o Câncer de Mama
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.15813195Palavras-chave:
Câncer de mama, Epidemiologia, Fatores de risco, Diagnóstico precoce, TratamentoResumo
O câncer de mama é uma doença multifatorial e não transmissível, com elevada prevalência global, sendo responsável por aproximadamente 2,3 milhões de novos casos e mais de 666 mil mortes em apenas um ano. Trata-se do tipo de câncer mais frequentemente diagnosticado em mulheres e o segundo mais incidente no Brasil, representando mais de 10% de todos os diagnósticos. Anatomicamente, a mama feminina é composta por 15 a 20 lóbulos glandulares responsáveis pela produção de leite, ductos lactíferos que convergem no mamilo, e uma matriz de tecido conjuntivo e adiposo que a envolve, situando-se entre a segunda e a sétima costela, sobre os músculos peitoral maior e serrátil anterior. Essa estrutura apresenta variações entre indivíduos, o que influencia tanto a densidade mamária — dificultando a detecção por imagem em mulheres jovens — quanto os padrões de disseminação tumoral. A doença tem origem em alterações genéticas que resultam na desregulação do crescimento celular e falhas no processo de apoptose, com uma parcela dos casos associada a mutações hereditárias em genes como BRCA1, BRCA2, PALB2 e TP53. Os fatores de risco incluem influências hormonais, como menarca precoce e menopausa tardia, hábitos comportamentais como consumo de álcool, obesidade e sedentarismo, além da exposição ambiental à radiação ionizante. Mulheres apresentam risco aproximadamente 100 vezes maior do que os homens, e esse risco aumenta significativamente com a idade, atingindo uma probabilidade ao longo da vida de cerca de 1 em cada 8 mulheres. Clinicamente, o câncer de mama manifesta-se geralmente como um nódulo indolor e fixo, frequentemente acompanhado por alterações na textura da pele, inversão ou secreção do mamilo e aumento de linfonodos axilares, embora cerca de 90% dos nódulos mamários sejam benignos. Apesar de ser predominantemente feminino, o câncer de mama também pode afetar homens, embora raramente. A detecção precoce por mamografia, especialmente entre 50 e 69 anos, pode elevar as taxas de cura para até 95% em tumores com menos de um centímetro. O tratamento é definido de acordo com o estadiamento: nos estágios iniciais, utiliza-se cirurgia conservadora e radioterapia; nos intermediários, recorre-se à quimioterapia neoadjuvante seguida de intervenções locais; e nos estágios avançados ou metastáticos, empregam-se terapias sistêmicas, como quimioterapia, hormonioterapia e agentes moleculares específicos como anticorpos monoclonais, conforme a biologia tumoral e o perfil de receptores da neoplasia.
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