Relato de caso: Cardiotoxicidade induzida por quimioterapia com doxorrubicina em paciente com linfoma não Hodgkin
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.12805962Palavras-chave:
Quimioterapia, Câncer, Hematologia, CardiotoxidadeResumo
Introdução: O linfoma não Hodgkin difuso de grandes células B é um tipo agressivo de câncer que requer tratamento quimioterápico intensivo, como o regime CHOP (ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona). Apesar de eficaz, a doxorrubicina pode causar cardiotoxicidade, uma complicação séria que afeta a função cardíaca e pode comprometer o tratamento. Delineamento e Métodos: O estudo baseia-se em registros médicos do paciente, resultados de exames e respostas ao tratamento cardiológico e quimioterápico modificado, realizando-se uma revisão bibliográfica conforme o tema. Relato de Caso: Homem de 52 anos, foi diagnosticado com linfoma não Hodgkin e iniciou tratamento com seis ciclos de quimioterapia CHOP. Após o terceiro ciclo, apresentou dispneia e edema nos membros inferiores. O exame físico indicou estertores bibasais e edema periférico. O eletrocardiograma revelou alterações inespecíficas de repolarização, e o ecocardiograma mostrou uma fração de ejeção ventricular reduzida para 40%, diagnosticando cardiotoxicidade induzida pela doxorrubicina. Revisão Bibliográfica: A cardiotoxicidade da doxorrubicina é bem documentada em pacientes com linfoma. Estudos indicam que a droga pode causar danos diretos ao miocárdio, resultando em disfunção ventricular. Intervenções precoces, como a modificação do regime quimioterápico e o uso de IECA e betabloqueadores, são essenciais para mitigar esses efeitos e melhorar a recuperação da função cardíaca. Conclusão: A cardiotoxicidade induzida pela doxorrubicina representa uma complicação crítica no tratamento do linfoma não Hodgkin. O caso ilustra a importância do monitoramento cardíaco contínuo e da intervenção precoce para permitir a continuidade do tratamento oncológico. Uma abordagem multidisciplinar é fundamental para o sucesso terapêutico, garantindo o manejo eficaz das complicações e a conclusão do tratamento do linfoma.
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