Lesões cutâneas ulceradas múltiplas simulando leishmaniose: um desafio no diagnóstico diferencial
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.15095577Palavras-chave:
Leishmaniose cutânea, Úlcera cutânea, Diagnóstico diferencialResumo
Introdução: As lesões cutâneas ulceradas múltiplas representam um desafio diagnóstico, especialmente por mimetizarem a leishmaniose cutânea. Essa enfermidade, causada por protozoários do gênero Leishmania, é endêmica em várias regiões e pode ser confundida com outras patologias, como micoses, hanseníase e neoplasias. O diagnóstico clínico é frequentemente falho, tornando exames laboratoriais essenciais para a identificação correta. Além do impacto na saúde pública, um diagnóstico impreciso pode levar a tratamentos inadequados e resistência antimicrobiana. Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura para identificar práticas baseadas em evidências, utilizando a estratégia PICo. Foram analisados artigos publicados entre 2020 e 2025, selecionados em bases como LILACS, SciELO, PubMed e Scopus. Após triagem rigorosa, 10 estudos foram incluídos na revisão. O estudo não envolveu pesquisa clínica com humanos ou animais. Resultados e Discussão: Os achados destacam a dificuldade do diagnóstico diferencial, pois várias condições dermatológicas compartilham características com a leishmaniose. Métodos como histopatologia e PCR demonstram alta especificidade, reduzindo erros diagnósticos. O contexto epidemiológico e a capacitação dos profissionais de saúde influenciam diretamente a precisão diagnóstica. Além disso, a desigualdade no acesso a exames laboratoriais compromete a detecção precoce e o manejo adequado dos casos. Conclusão: Conclui-se que a precisão diagnóstica é essencial para evitar tratamentos inadequados e complicações. A adoção de testes laboratoriais avançados, a capacitação profissional e políticas públicas que ampliem o acesso a diagnósticos são fundamentais para aprimorar o manejo das lesões ulceradas múltiplas.
Referências
ALMEIDA, A. et al. Mucosal Leishmaniasis of the lip: Report of an Exuberant case in a Young man. Head and neck pathology, v. 17, n. 2, p. 540–545, 8 nov. 2022.
BAMOROVAT, M. et al. A novel diagnostic and prognostic approach for unresponsive patients with anthroponotic cutaneous leishmaniasis using artificial neural networks. PLOS ONE, v. 16, n. 5, p. e0250904, 5 maio 2021.
BI, K. et al. Clinical and laboratory characterization of cutaneous leishmaniasis in Chinese migrant workers returned from Iraq. PLoS neglected tropical diseases, v. 18, n. 3, p. e0012006–e0012006, 4 mar. 2024.
BRASIL. Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_leishmaniose_2ed.pdf. Acesso em: 05 mar. 2025.
DIAS, M. et al. Challenges in diagnosis of genital ulcers: a genital leishmaniasis case series. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 54, 1 jan. 2021.
EOM, G.-D. et al. Immunizing Mice with Influenza Virus-like Particles Expressing the Leishmania amazonensis Promastigote Surface Antigen Alleviates Inflammation in Footpad. Vaccines, v. 12, n. 7, p. 793–793, 18 jul. 2024.
ESPAÑA, A. G. et al. Description of the dermatoscopic features observed in sporotrichosis and American cutaneous leishmaniasis in a reference center in Rio de Janeiro, Brazil. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 98, n. 6, p. 764–773, 20 jul. 2023.
GUNATHILAKA, N. et al. Prevalence of cutaneous leishmaniasis infection and clinico-epidemiological patterns among military personnel in Mullaitivu and Kilinochchi districts of the Northern Province, early war-torn areas in Sri Lanka. Parasites & Vectors, v. 13, n. 1, p. 263, 19 maio 2020.
HANDLEY, B. L. et al. LAMP4yaws:Treponema pallidum,Haemophilus ducreyiloop mediated isothermal amplification − protocol for a cross-sectional, observational, diagnostic accuracy study. BMJ Open, v. 12, n. 3, p. e058605–e058605, 1 mar. 2022.
KITANO, H. et al. Complicated cutaneous leishmaniasis caused by an imported case of Leishmania tropica in Japan: a case report. Tropical Medicine and Health, v. 49, n. 1, 6 mar. 2021.
NASCIMENTO, J. J. DO; CARVALHO, P. L. B. DE; ROCHA, F. J. S. Diagnóstico histopatológico diferencial entre hanseníase e leishmaniose tegumentar americana em pacientes de um hospital público em Recife-PE. Revista Brasileira de Análises Clínicas, v. 51, n. 2, 2019.
NDZOMO NGONO, J.-P. et al. Ulcerative skin lesions among children in Cameroon: It is not always Yaws. PLOS Neglected Tropical Diseases, v. 15, n. 2, p. e0009180, 16 fev. 2021.
NUNES, S. et al. Transcriptome Analysis Identifies the Crosstalk between Dendritic and Natural Killer Cells in Human Cutaneous Leishmaniasis. Microorganisms, v. 11, n. 8, p. 1937–1937, 29 jul. 2023.
PATRICIA, L. et al. Consenso sobre diagnóstico e tratamento das úlceras crônicas de perna – Sociedade Brasileira de Dermatologia. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 95, p. 1–18, nov. 2020.
SBROGLIO, L. L. et al. Caso para diagnóstico. Lesões ulceradas: desafio diagnóstico. v. 96, n. 4, p. 494–496, 1 jul. 2021.
SCHNEIDER, L. R.; PEREIRA, R. P. G.; FERRAZ, L. Prática Baseada em Evidências e a análise sociocultural na Atenção Primária. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 30, n. 2, 2020.
SILVA, R. E. DA. el al. Detection of leishmania infantum in dogs (canis familiaris) from são paulo municipality, brazil. Brazilian Journal of Global Health, v. 1, n. 1, p. 61–63, 27 nov. 2020.
SOUZA, R. M. P. DE. et al. Leishmaniose cutânea: diagnósticos diferenciais e manejo clínico. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 10, n. 8, p. 2905–2912, 23 ago. 2024.
THOMAZ, C. et al. Comparison of parasite load by qPCR and histopathological changes of inner and outer edge of ulcerated cutaneous lesions of cutaneous leishmaniasis. PLOS ONE, v. 16, n. 1, p. e0243978, 21 jan. 2021.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Journal of Social Issues and Health Sciences (JSIHS)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
