Epidemiologia e manejo clínico do câncer de pele melanoma: uma revisão narrativa

Autores

  • Lucas Prestes Delgado Universidade Nove de Julho (Uninove) Autor
  • Manuella do Nascimento Regis Universidade Nove de Julho (Uninove) Autor
  • Daniel Caldas Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) Autor
  • Santiago Vanderlei Ribeiro FESAR - AFYA Autor
  • Izabela Carvalho Reis Universidade Federal do Norte do Tocantins Autor
  • Davi Maxwell Brunetta D’Albuquerque Lima Barreiros Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC) Autor
  • Gizlayne Olivia Silva Ramos Faculdade de Ciências Médicas - Santa Inês (AFYA) Autor

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.17473590

Palavras-chave:

melanoma cutâneo, imunoterapia, terapias-alvo, epidemiologia

Resumo

O melanoma cutâneo é um tumor de pele altamente agressivo, caracterizado por sua heterogeneidade, propensão à disseminação metastática e resistência a tratamentos citotóxicos. Embora menos comum que outros tipos de câncer de pele, sua alta capacidade invasiva e mortalidade têm despertado maior atenção. A incidência da doença tem crescido significativamente, particularmente em populações ocidentais, devido à exposição à radiação ultravioleta e outros fatores de risco como idade avançada, fototipo claro e histórico de nevos displásicos. Avanços no diagnóstico precoce e na introdução de imunoterapias e terapias-alvo têm melhorado os desfechos clínicos, mas desafios como resistência terapêutica e falta de biomarcadores confiáveis ainda limitam o manejo da doença. Este estudo busca sintetizar o conhecimento sobre a epidemiologia, diagnóstico e manejo do melanoma, contribuindo para o desenvolvimento de práticas clínicas mais eficazes e personalizadas. Esta revisão narrativa analisou publicações das últimas duas décadas sobre o melanoma cutâneo, enfocando a epidemiologia, manifestações clínicas e estratégias terapêuticas. Foram selecionados artigos indexados nas bases PubMed, LILACS e Scielo, utilizando termos relacionados a "melanoma cutâneo", "epidemiologia", "imunoterapia" e "estratégias terapêuticas". Os critérios de inclusão abrangeram estudos sobre pacientes diagnosticados com melanoma, desde os estágios iniciais até os avançados, que abordassem fatores de risco, diagnóstico, tratamentos e desfechos clínicos. Apenas artigos publicados em português, inglês e espanhol foram aceitos. Estudos com mais de 10 anos, que não apresentassem dados clínicos consistentes ou não diferenciassem os subtipos de melanoma, foram excluídos. Os dados foram analisados com o objetivo de identificar tendências no manejo clínico e lacunas na literatura, avaliando a eficácia das terapias disponíveis e destacando a importância de abordagens multidisciplinares. Foram identificados 100 artigos, dos quais 50 passaram por análise completa. Apenas 6 estudos foram selecionados para a revisão final, alinhados aos objetivos deste trabalho. Os artigos abordaram avanços como a introdução de inibidores de checkpoint imunológico e terapias-alvo, que aumentaram a sobrevida em casos avançados. Estratégias emergentes, como nanopartículas terapêuticas, também mostraram potencial para otimizar o tratamento. As imunoterapias, como os inibidores de PD-1, destacaram-se por melhorar a sobrevida livre de progressão e global, especialmente em casos metastáticos. Já as terapias direcionadas, como os inibidores de BRAF e MEK, mostraram resultados promissores em pacientes com mutações específicas. Apesar desses avanços, desafios como toxicidade, resistência terapêutica e a necessidade de biomarcadores preditivos mais eficazes foram apontados. Além disso, estratégias adjuvantes, como o uso de imunoterapias após ressecção cirúrgica, demonstraram redução significativa de recorrências, especialmente em estágios iniciais de alto risco. No entanto, a aplicação de técnicas emergentes, como terapia fotodinâmica e combinações terapêuticas, requer mais investigações para validar sua eficácia e segurança. Os avanços terapêuticos no manejo do melanoma cutâneo têm transformado a doença em uma condição potencialmente gerenciável, especialmente com a introdução de imunoterapias e terapias-alvo. No entanto, lacunas permanecem, como a necessidade de terapias mais seguras, estratégias para superar a resistência e biomarcadores preditivos mais precisos. Futuras pesquisas devem explorar novas combinações terapêuticas e tecnologias emergentes para otimizar o diagnóstico e personalizar os tratamentos. Além disso, a ampliação de ensaios clínicos e o foco em prevenção e diagnóstico precoce são essenciais para reduzir o impacto global do melanoma e melhorar os desfechos clínicos.

Referências

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Publicado

12/24/2024

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

DELGADO, Lucas Prestes; REGIS, Manuella do Nascimento; CALDAS, Daniel; RIBEIRO, Santiago Vanderlei; REIS, Izabela Carvalho; BARREIROS, Davi Maxwell Brunetta D’Albuquerque Lima; RAMOS, Gizlayne Olivia Silva. Epidemiologia e manejo clínico do câncer de pele melanoma: uma revisão narrativa. Journal of Social Issues and Health Sciences (JSIHS), [S. l.], v. 1, n. 7, 2024. DOI: 10.5281/zenodo.17473590. Disponível em: https://ojs.thesiseditora.com.br/index.php/jsihs/article/view/242.. Acesso em: 5 dez. 2025.