Abordagem de respostas hansênicas (tipo 1 e tipo 2): atualizações e manejo clínico
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.17473491Palavras-chave:
Hanseníase, Reações hansênicas, Reação tipo 1, Eritema nodoso hansênicoResumo
A hanseníase é uma doença crônica de origem infecciosa, causada pelo Mycobacterium leprae, que compromete principalmente a pele e os nervos periféricos. As reações hansênicas do Tipo 1 (T1R) e Tipo 2 (eritema nodoso hansênico – ENH) representam as complicações inflamatórias mais graves da hanseníase, sendo responsáveis pela maioria dos casos de neuropatias, incapacidades físicas e deformidades permanentes associadas à doença. A T1R, predominante em formas borderline da hanseníase, caracteriza-se por inflamação aguda das lesões cutâneas, edema localizado e neurites, com perda sensorial e motora. O ENH, por sua vez, é uma reação mediada por complexos imunes e apresenta manifestações sistêmicas, incluindo febre, nódulos subcutâneos eritematosos e dolorosos, artrite, neurite e iridociclite, podendo seguir um curso recorrente ou crônico. Esta revisão sistemática analisou estudos publicados nas bases de dados PubMed, LILACS e Scielo nos últimos 20 anos, buscando compreender a prevalência, as manifestações clínicas e as estratégias de manejo dessas reações. Foram incluídas intervenções convencionais, como uso de corticosteroides (prednisona) e talidomida, além de terapias alternativas, como ciclosporina e imunossupressores. Os resultados destacam as principais limitações no manejo das reações hansênicas, como as altas taxas de recorrência, resistência a medicamentos em reações crônicas e a demora no acesso ao tratamento, especialmente em áreas remotas. Além disso, a falta de conscientização da população e a dificuldade de diagnóstico precoce agravam os desfechos clínicos, resultando em incapacidades irreversíveis. Conclui-se que são necessárias novas pesquisas para o desenvolvimento de biomarcadores diagnósticos, terapias mais eficazes e protocolos padronizados que integrem o manejo clínico e preventivo das reações hansênicas, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir o impacto da hanseníase na saúde pública.
Referências
Lambert, Saba M et al. “A Randomized Controlled Double Blind Trial of Ciclosporin versus Prednisolone in the Management of Leprosy Patients with New Type 1 Reaction, in Ethiopia.” PLoS neglected tropical diseases vol. 10,4 e0004502. 5 Apr. 2016, doi:10.1371/journal.pntd.0004502.
Muddebihal, Aishwarya et al. “A prospective case control study of resistance to rifampicin, dapsone and ofloxacin in Type 1 and Type 2 leprosy reactions and the therapeutic impact of modified treatment regimen on reactions.” Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology : JEADV vol. 37,2 (2023): e149-e151. doi:10.1111/jdv.18709.
Naafs, Bernard, and Colette L M van Hees. “Leprosy type 1 reaction (formerly reversal reaction).” Clinics in dermatology vol. 34,1 (2016): 37-50. doi:10.1016/j.clindermatol.2015.10.006.
Nery, José Augusto da Costa et al. “Understanding the type 1 reactional state for early diagnosis and treatment: a way to avoid disability in leprosy.” Anais brasileiros de dermatologia vol. 88,5 (2013): 787-92. doi:10.1590/abd1806-4841.20132004.
Raffe, Sonia F et al. “Diagnosis and treatment of leprosy reactions in integrated services--the patients' perspective in Nepal.” PLoS neglected tropical diseases vol. 7,3 (2013): e2089. doi:10.1371/journal.pntd.0002089.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Journal of Social Issues and Health Sciences (JSIHS)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
