Abordagem de respostas hansênicas (tipo 1 e tipo 2): atualizações e manejo clínico

Autores

  • Lucas Prestes Delgado Universidade Nove de Julho (Uninove) Autor
  • Konnery Kazelly Marinho Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT) Autor
  • Priscila Bruna da Silva Hospital Universitário Federal do Tocantins (HDT-UFNT) Autor
  • Lucas de Almeida Rocha Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) Autor
  • Maria Roberta Lima Valente de Oliveira Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC) Autor
  • Davi Maxwell Brunetta D’Albuquerque Lima Barreiros Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC) Autor

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.17473491

Palavras-chave:

Hanseníase, Reações hansênicas, Reação tipo 1, Eritema nodoso hansênico

Resumo

A hanseníase é uma doença crônica de origem infecciosa, causada pelo Mycobacterium leprae, que compromete principalmente a pele e os nervos periféricos. As reações hansênicas do Tipo 1 (T1R) e Tipo 2 (eritema nodoso hansênico – ENH) representam as complicações inflamatórias mais graves da hanseníase, sendo responsáveis pela maioria dos casos de neuropatias, incapacidades físicas e deformidades permanentes associadas à doença. A T1R, predominante em formas borderline da hanseníase, caracteriza-se por inflamação aguda das lesões cutâneas, edema localizado e neurites, com perda sensorial e motora. O ENH, por sua vez, é uma reação mediada por complexos imunes e apresenta manifestações sistêmicas, incluindo febre, nódulos subcutâneos eritematosos e dolorosos, artrite, neurite e iridociclite, podendo seguir um curso recorrente ou crônico. Esta revisão sistemática analisou estudos publicados nas bases de dados PubMed, LILACS e Scielo nos últimos 20 anos, buscando compreender a prevalência, as manifestações clínicas e as estratégias de manejo dessas reações. Foram incluídas intervenções convencionais, como uso de corticosteroides (prednisona) e talidomida, além de terapias alternativas, como ciclosporina e imunossupressores. Os resultados destacam as principais limitações no manejo das reações hansênicas, como as altas taxas de recorrência, resistência a medicamentos em reações crônicas e a demora no acesso ao tratamento, especialmente em áreas remotas. Além disso, a falta de conscientização da população e a dificuldade de diagnóstico precoce agravam os desfechos clínicos, resultando em incapacidades irreversíveis. Conclui-se que são necessárias novas pesquisas para o desenvolvimento de biomarcadores diagnósticos, terapias mais eficazes e protocolos padronizados que integrem o manejo clínico e preventivo das reações hansênicas, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir o impacto da hanseníase na saúde pública.

Referências

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Publicado

12/19/2024

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

DELGADO, Lucas Prestes; MARINHO, Konnery Kazelly; SILVA, Priscila Bruna da; ROCHA, Lucas de Almeida; OLIVEIRA, Maria Roberta Lima Valente de; BARREIROS, Davi Maxwell Brunetta D’Albuquerque Lima. Abordagem de respostas hansênicas (tipo 1 e tipo 2): atualizações e manejo clínico. Journal of Social Issues and Health Sciences (JSIHS), [S. l.], v. 1, n. 7, 2024. DOI: 10.5281/zenodo.17473491. Disponível em: https://ojs.thesiseditora.com.br/index.php/jsihs/article/view/237.. Acesso em: 5 dez. 2025.