Reconstrução cirúrgica em pacientes com queimaduras graves: uma revisão sistemática de literatura
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13771985Palavras-chave:
reconstrução cirúrgica, grandes queimaduras, manejo pós-operatório, intervenções cirúrgicasResumo
A pele, formada por epiderme, derme e hipoderme, é o maior órgão do corpo e essencial para autopreservação. Queimaduras, que afetam milhões de pessoas e causam cerca de 300.000 mortes anuais, levam a complicações complexas. A fisiopatologia das queimaduras envolve três zonas concêntricas de lesão: coagulação (dano irreversível), estase (perfusão reduzida, podendo evoluir para necrose) e hiperemia (aumento da perfusão com recuperação tecidual). A resposta inflamatória a queimaduras é mediada por citocinas (TNF-α, IL-1, IL-6), agravada por espécies reativas de oxigênio (ROS) e nitrogênio (RNS), que levam a mais danos celulares e, em casos graves, à falência múltipla de órgãos. O tratamento envolve ressuscitação, desbridamento, enxerto precoce e controle de infecções. A revisão sistemática tem o objetivo de avaliar a eficácia de estratégias de manejo na reconstrução cirúrgica de grandes queimaduras. Foram revisados estudos dos últimos 20 anos das bases de dados PubMed e LILACS, focando em técnicas cirúrgicas, manejo pós-operatório e prevenção de complicações. Critérios de inclusão incluíram artigos em português, inglês ou espanhol, com foco em seres humanos e com relevância para a reconstrução cirúrgica de queimaduras. Foram excluídos artigos com mais de 20 anos ou que não tratassem de intervenções cirúrgicas diretamente relacionadas aos desfechos clínicos e qualidade de vida dos pacientes. Foram identificados 100 artigos sobre reconstrução cirúrgica, dos quais 40 foram lidos integralmente e 5 selecionados para análise final. As técnicas mais utilizadas incluem a escarectomia precoce e excisões tangenciais e fasciais, com destaque para o enxerto de pele em queimaduras graves. O desbridamento enzimático e o uso do sistema Versajet também foram discutidos como opções inovadoras para remoção de tecido necrosado. Técnicas de enxerto e retalhos foram exploradas para áreas críticas, visando à melhoria estética e funcional. A cicatrização de queimaduras depende de intervenções terapêuticas como curativos antimicrobianos, enxertos de pele e o uso de fatores de crescimento, além de suporte nutricional e hidratação. Estudos observaram que a utilização de enxertos dérmicos de espessura parcial (STDGs) e autoenxertos melhora os resultados em queimaduras profundas, reduzindo complicações e acelerando a recuperação. Os avanços no tratamento de queimaduras incluem técnicas cirúrgicas menos invasivas, como desbridamento enzimático e hidrocirurgia, além do uso de enxertos inovadores, como STDGs. Essas inovações, aliadas ao suporte nutricional e farmacológico, melhoram os desfechos clínicos e a qualidade de vida dos pacientes. A integração de abordagens multidisciplinares e o uso de novas tecnologias sugerem um futuro promissor para o tratamento de queimaduras graves, com perspectivas de contínuos avanços.
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