Síndrome de Munchausen: implicações para a prática psiquiátrica e o sistema de saúde
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13627650Palavras-chave:
Síndrome de Munchausen, Tratamento, PsiquiatriaResumo
A Síndrome de Munchausen é um distúrbio psiquiátrico raro, caracterizado pela fabricação ou indução intencional de doenças ou lesões físicas por parte do próprio paciente, sem um ganho externo claro, como benefícios financeiros ou legais. Indivíduos com essa condição frequentemente buscam atenção médica por meio de simulação, exagero ou autoindução de sintomas, assumindo o papel de doente de maneira persistente e convincente. O diagnóstico é desafiador devido à natureza enganosa dos sintomas apresentados e à resistência dos pacientes em aceitar uma avaliação psiquiátrica. Estudos sugerem que fatores como traumas na infância, transtornos de personalidade e uma necessidade intensa de atenção e cuidado são comuns entre os indivíduos afetados. A Síndrome de Munchausen impõe um fardo significativo sobre o sistema de saúde, incluindo o uso excessivo de recursos médicos, tratamentos invasivos desnecessários e o aumento dos custos hospitalares. A abordagem ao tratamento deve ser multidisciplinar, envolvendo profissionais de várias especialidades para garantir uma avaliação abrangente e o manejo adequado do paciente. Além disso, os desafios éticos e legais emergem frequentemente, pois é necessário equilibrar o dever de cuidar com a necessidade de evitar intervenções desnecessárias que possam prejudicar o paciente. A importância de uma identificação precoce, estratégias de manejo ético e o desenvolvimento de diretrizes clínicas eficazes são cruciais para melhorar os resultados e minimizar os impactos negativos associados a esse transtorno complexo e multifacetado.
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