Semaglutida: eficácia clínica, mecanismos de ação e implicações terapêuticas no manejo integrado do diabetes mellitus tipo 2 e obesidade

Resumo

As doenças metabólicas crônicas, como o Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2) e a obesidade, representam um desafio de saúde pública devido à sua alta prevalência e ao complexo impacto no eixo cardiometabólico. O manejo tradicional dessas condições apresenta limitações quanto ao controle glicêmico e à modulação do peso corporal, justificando a busca por terapias que atuem de forma mais integrada. Este trabalho teve como objetivo analisar de forma crítica o papel dos agonistas do receptor de GLP-1, com ênfase na semaglutida, no contexto das doenças cardiometabólicas, considerando fundamentos fisiopatológicos, implicações clínicas e desafios de uso. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura realizada a partir de busca nas bases de dados PubMed, Periódicos CAPES e Google Acadêmico, abrangendo publicações desde 2016. Foram utilizados descritores como "semaglutida", "diabetes mellitus tipo 2" e "emagrecimento". A triagem resultou na seleção de 15 estudos, sendo seis (6) Ensaios Clínicos Randomizados, considerados de maior relevância. Os resultados confirmaram a eficácia dual da semaglutida, evidenciada pela redução potente da HbA1c e por uma perda de peso clinicamente significativa. A medicação demonstrou, ainda, benefícios cardiovasculares e na redução de complicações microvasculares. Conclui-se que a semaglutida se consolidou como uma ferramenta terapêutica fundamental no manejo integrado do DM2 e da obesidade, mas sua aplicação requer monitoramento rigoroso dos eventos adversos, atenção à dependência da continuidade terapêutica para manutenção do peso e uma prescrição ética que considere os desafios contemporâneos do uso off-label e os efeitos estéticos secundários.