O impacto da espiritualidade na aceitação do processo de morte: percepção dos profissionais de enfermagem
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.17487338Palavras-chave:
Morte, Vida, Espiritualidade, EnfermagemResumo
Este estudo analisou a influência da espiritualidade na aceitação do processo de morte sob a perspectiva dos profissionais de enfermagem. Fundamentado em referenciais filosóficos e existenciais, como Heidegger e Sêneca, o trabalho destaca a espiritualidade como dimensão essencial do cuidado integral, distinta da religiosidade, mas capaz de oferecer sentido e conforto diante da finitude. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, de caráter descritivo, que utilizou a estratégia PICo para a formulação da questão norteadora. As buscas ocorreram nas bases LILACS, SciELO, PubMed e Scopus, entre agosto e outubro de 2025, com os descritores “Morte”, “Vida”, “Espiritualidade” e “Enfermagem”. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, nove artigos foram selecionados para análise. Os resultados evidenciaram que a espiritualidade contribui significativamente para a aceitação da morte, promovendo bem-estar espiritual, resiliência e serenidade em pacientes e profissionais. Contudo, verificou-se a carência de preparo técnico e institucional para lidar com questões espirituais no ambiente hospitalar, o que limita a integralidade do cuidado. Observou-se ainda que a integração da espiritualidade à prática de enfermagem fortalece a humanização, favorece a escuta empática e reduz o sofrimento espiritual. Conclui-se que o reconhecimento dessa dimensão é essencial para uma assistência centrada na pessoa, e que a formação acadêmica deve contemplar conteúdos sobre espiritualidade, escuta sensível e respeito às crenças. Assim, o cuidado espiritual constitui um componente indispensável para o exercício ético, compassivo e humanizado da enfermagem em contextos de terminalidade.
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