Hipertensão Gestacional no Brasil: análise da mortalidade materna e novos paradigmas (2014–2023)
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.15607655Palavras-chave:
Hipertensão gestacional, Pré-eclâmpsia, Óbitos maternosResumo
Os distúrbios hipertensivos da gestação representam uma das principais causas de mortalidade materna no Brasil, com destaque para a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia, formas graves da doença frequentemente associadas a complicações clínicas severas. Este estudo teve como objetivo analisar os óbitos maternos decorrentes dessas condições no período de 2014 a 2023, com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/DATASUS). Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo, que considerou registros classificados pelos códigos CID-10 O13, O14 e O15, estratificando os dados por momento do óbito e por região geográfica. Foram registrados 2.535 óbitos maternos, sendo 72,9% no puerpério e 49,2% por eclâmpsia. As regiões Nordeste e Sudeste concentraram os maiores índices. Os achados evidenciam a relevância das formas graves, mas também alertam para os riscos da hipertensão gestacional isolada, que pode evoluir para quadros mais complexos. A alta incidência no período puerperal indica fragilidades na assistência após o parto, especialmente nas regiões com menor acesso a serviços especializados. Conclui-se que a redução da mortalidade materna por hipertensão exige o fortalecimento da rede de atenção pré-natal e puerperal, capacitação profissional contínua e ampliação do acesso a exames e diagnóstico precoce, com especial atenção às disparidades regionais. A implementação de políticas públicas eficazes é fundamental para enfrentar esse desafio de saúde pública.
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