Sífilis congênita no Brasil: um estudo sobre incidência, perfil epidemiológico, tratamento e vulnerabilidades maternas (2007–2023)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.15553034

Palavras-chave:

Sífilis congênita, Brasil , Epidemiologia

Resumo

A sífilis congênita, infecção vertical causada pelo Treponema pallidum, pode resultar em complicações neonatais, como natimortalidade e malformações congênitas. Apesar da existência de métodos eficazes para prevenção, como diagnóstico precoce e manejo adequado durante o pré-natal, a incidência da doença permanece elevada no Brasil. Este estudo ecológico analisou o perfil epidemiológico da sífilis congênita no país entre 2007 e 2023, com dados extraídos da plataforma Perfil Epidemiológico do Ministério da Saúde. Foram avaliadas variáveis como número de casos por região, momento do diagnóstico, conduta terapêutica, idade, raça/cor e escolaridade das gestantes. Entre 2007 e 2023, houve aumento expressivo nos casos e na taxa de incidência, de 2,0% para 9,9%. As regiões Sudeste e Nordeste concentraram a maioria dos casos, especialmente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Apesar do aumento da cobertura do pré-natal, a maioria dos diagnósticos ocorreu no parto, dificultando a prevenção da transmissão vertical. Cerca de 80% das gestantes não receberam o tratamento adequado ou não foram tratadas. O perfil das gestantes indicou predominância de mulheres pardas, jovens (15 a 39 anos) e com baixa escolaridade, embora tenha havido aumento proporcional entre aquelas com ensino médio e superior. Os resultados destacam a necessidade de fortalecer políticas públicas focadas na prevenção, diagnóstico precoce e manejo da sífilis, com atenção especial ao pré-natal e às vulnerabilidades sociais.

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Publicado

05/30/2025

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Artigos

Como Citar

OLIVEIRA, Rayane Gonçalves de et al. Sífilis congênita no Brasil: um estudo sobre incidência, perfil epidemiológico, tratamento e vulnerabilidades maternas (2007–2023). Journal of Social Issues and Health Sciences (JSIHS), [S. l.], v. 2, n. 5, 2025. DOI: 10.5281/zenodo.15553034. Disponível em: https://ojs.thesiseditora.com.br/index.php/jsihs/article/view/397.. Acesso em: 19 jun. 2025.