Autopercepção de homens cisgênero pós penectomia por câncer de pênis
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.15090047Palavras-chave:
Neoplasias Penianas, Pessoas Cisgênero, Saúde do HomemResumo
Este estudo realiza uma revisão integrativa da literatura com o intuito de analisar as evidências disponíveis acerca da autocompreensão de homens cisgênero submetidos à penectomia decorrente do câncer de pênis. Destaca-se que esta patologia se caracteriza por ser uma neoplasia rara, com maior incidência em indivíduos com pênis a partir dos 50 anos, representando aproximadamente 2% de todos os cânceres que acometem o homem no Brasil. A pesquisa empregou a estratégia PICO para delimitar a questão norteadora, realizando buscas nas bases de dados BVS, LILACS, SciELO e MEDLINE, com recorte temporal de 2019 a 2024. Inicialmente, foram identificados 947 artigos, os quais foram filtrados para 183, culminando na seleção de 09 estudos que atendiam aos critérios de inclusão, sendo excluídos aqueles que não condiziam com o tema proposto. Os resultados da revisão demonstram que o câncer de pênis tipicamente se apresenta como uma lesão palpável, visível e indolor, podendo evoluir com sintomas como dor, sangramentos, corrimentos e odor fétido, especialmente quando há demora na busca por atendimento médico. Dados epidemiológicos indicam que, entre 1992 e 2017, foram registradas aproximadamente 9.592 internações por CP, evidenciando, dentre elas, uma predominância dos casos na Região Nordeste do país. Ademais, observa-se que, após a penectomia, os pacientes buscam a reconfiguração de sua identidade masculina, adaptando e reinterpretando atributos que lhes permitam se reconhecer como homens na sociedade. Essa ressignificação impacta significativamente suas relações sociais, afetivas, laborais e de lazer. Conclui-se, portanto, que, embora o câncer de pênis seja uma neoplasia de baixa prevalência, seus efeitos psicossociais são profundos e justificam a necessidade de mais estudos que investiguem a autocompreensão dos homens pós-penectomia. Este estudo contribui para o alinhamento dos dados existentes e serve de base para futuras pesquisas que possam aprimorar as práticas assistenciais e as intervenções direcionadas a essa população.
Referências
ALMEIDA, D. F. et al. Penectomia e reabilitação: desafios na reconstrução da identidade masculina. Revista Brasileira de Urologia, v. 47, n. 2, p. 145-152, 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ape/a/LrkSCJqXgmLbFRRCQw5yqGL/. Acesso em: 17 de fevereiro de 2025.
AMARO, R. F. et al. Aspectos psicossociais da penectomia: uma revisão integrativa. Brazilian Journal of Development, v. 26, n. 8, p. 3521-3530, 2021. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/3137
BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes para o tratamento do câncer de pênis. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/cancer-de-penis. Acesso em: 21 de fevereiro de 2025.
CARVALHO, J. P. et al. Complicações pós-cirúrgicas em pacientes submetidos à penectomia: revisão sistemática. Revista de Cirurgia Oncológica, v. 15, n. 1, p. 67-74, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/eins/a/wQMsfjkXfd8LDFkWF5H4z7J/?lang=pt. Acesso em: 21 de fevereiro de 2025.
FERREIRA, M. A. et al. Uma revisão contemporânea do HPV e do câncer peniano. Revista Brasileira de Urologia, v. 46, n. 2, p. 125-132, 2020. Disponível em: https://www.cancernetwork.com/view/contemporary-review-hpv-and-penile-cancer. Acesso em: 21 de fevereiro de 2025
INCA – Instituto Nacional de Câncer. Câncer de Pênis: dados epidemiológicos. Brasília: INCA, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/penis. Acesso em: 18 de fevereiro de 2025
LIMA, J. P. et al. Epidemiologia do câncer de pênis no Brasil. Journal of Epidemiology, v. 12, n. 3, p. 213-220, 2019. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/bis/article/download/33726/32541/32687. Acesso em: 18 de fevereiro de 2025
MENDES, F. et al. Revisão integrativa sobre o câncer de pênis: desafios e perspectivas. Revista de Medicina UFMS, v. 23, n. 4, p. 331-338, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufms.br/index.php/pecibes/article/view/12253/8505. Acesso em: 12 de março de 2025.
OLIVEIRA, R. S. et al. Impactos do câncer de pênis na identidade masculina. Publicações UNIFIMES, v. 45, n. 1, p. 55-62, 2019. Disponível em: https://publicacoes.unifimes.edu.br/index.php/coloquio/article/view/1499/1293. Acesso em: 01 de março de 2025.
PEREIRA, G. et al. Impacto da cirurgia na autopercepção masculina: uma análise reflexiva. Revista PEPSIC, v. 14, n. 3, p. 205-212, 2021. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-48912020000100006. Acesso em: 01 de março de 2025.
PINHEIRO, L. C. et al. Aspectos clínicos e epidemiológicos do câncer de pênis. Revista Acervomais, v. 19, n. 2, p. 97-104, 2023. Disponível em: https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/13764. Acesso em: 12 de março de 2025.
RAMOS, S. F. et al. Perspectivas de autocompreensão em homens pós-penectomia. Acta Paul Enferm, v. 17, n. 1, p. 45-52, 2022. Disponível em: https://seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/8829. Acesso em: 11 de março de 2025.
SANTOS, R. F. et al. Effects of partial penectomy for penile cancer on sexual function: a systematic review. PLoS One, v. 26, n. 8, p. 3521-3530, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36137121/
SILVA, A. B. et al. Desafios psicossociais e a reabilitação dos homens após penectomia. Revista Brasileira de Urologia, v. 48, n. 3, p. 238-245, 2020. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-48912020000100006. Acesso em: 02 de fevereiro de 2025.
SOUZA, M. T., SILVA, M. D., & CARVALHO, R. Revisão integrativa: o que é e como fazer? Einstein (São Paulo), v. 8, n. 1, p. 102-106, 2020. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26761761/ Acesso em: 12 de março de 2025.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Journal of Social Issues and Health Sciences (JSIHS)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
