Febre Reumática: estudo de séries temporais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.13627549

Palavras-chave:

Desigualdades Regionais, Disparidades em Saúde, Febre Reumática, Hospitalizações

Resumo

A febre reumática é uma doença inflamatória autoimune que ocorre como complicação de infecções estreptocócicas, sendo particularmente prevalente em regiões com condições socioeconômicas desfavoráveis, onde afeta principalmente o coração, articulações e sistema nervoso. Este estudo analisa as internações por febre reumática aguda no Brasil entre janeiro de 2010 e junho de 2024, utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), com foco nas disparidades regionais e suas possíveis causas. A Região Nordeste lidera em número de internações, com 38,11% dos casos, o que reflete a influência de fatores como alta densidade populacional em áreas urbanas com infraestrutura de saúde deficiente e condições socioeconômicas que favorecem a propagação de infecções estreptocócicas, principais desencadeadoras da febre reumática. A Região Sudeste, segunda mais afetada, concentra 29,67% das internações, onde a combinação de alta densidade populacional e desigualdades internas contribui para a disseminação da doença. As regiões Norte, Sul e Centro-Oeste apresentam incidências menores, possivelmente refletindo melhores condições de vida e acesso a cuidados de saúde, especialmente no Sul e Centro-Oeste. A análise por gênero revela uma leve predominância feminina (51,36%), sugerindo a influência de fatores biológicos e hormonais na suscetibilidade a complicações crônicas. A concentração de casos em adultos de meia-idade destaca a persistência da febre reumática ao longo da vida, com impacto mais significativo nas faixas etárias de 50 a 59 anos e 40 a 49 anos. Esses achados enfatizam a necessidade de políticas de saúde pública regionais e demograficamente adaptadas, com ênfase na prevenção, detecção precoce e tratamento adequado, especialmente nas áreas mais afetadas.

 

Referências

AUALA, T. et al. Acute rheumatic fever and rheumatic heart disease: highlighting the role of group A Streptococcus in the global burden of cardiovascular disease. Pathogens, v. 11, n. 5, p. 496, 2022. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9145486/. Acesso em 24 jul. 2024.

DIXIT, J. et al. Health related quality of life among rheumatic fever and rheumatic heart disease patients in India. PLoS One, v. 16, n. 10, p. e0259340, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34714892/. Acesso em 02 ago. 2024.

EMRE, I. E. et al. The analysis of the effects of acute rheumatic fever in childhood on cardiac disease with data mining. International journal of medical informatics, v. 123, p. 68-75, 2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30654905/. Acesso em 27 jul. 2024.

FIGUEIREDO, E. T. et al. Rheumatic fever: a disease without color. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 113, n. 3, p. 345-354, 2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31365604/. Acesso em 27 jul. 2024.

JAIMES-REYES, M. A. et al. Current situation of acute rheumatic fever and rheumatic heart disease in Latin America and the Caribbean: a systematic review. Global Heart, v. 17, n. 1, 2022. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36199563/. Acesso em 28 jul. 2024.

JUNCKER, A. S.; APPENZELLER, S.; DE SOUZA, J. M. Central Nervous System Involvement in Systemic Autoimmune Rheumatic Diseases—Diagnosis and Treatment. Pharmaceuticals, v. 17, n. 8, p. 1044, 2024. Disponível em: https://www.mdpi.com/1424-8247/17/8/1044. Acesso em 24 jul. 2024.

LIANG, Y. et al. The rise and fall of acute rheumatic fever and rheumatic heart disease: a mini review. Frontiers in Cardiovascular Medicine, v. 10, p. 1183606, 2023. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10242100/. Acesso em 24 jul. 2024.

LONGENECKER, C. T. Rheumatic fever in Brazil: What color should it be?. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 113, n. 3, p. 355-356, 2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31621774/. Acesso em 03 ago. 2024.

MARAFON, J. C. et al. INTERNAÇÃO POR FEBRE REUMÁTICA ENTRE 5 E 14 ANOS, NA ÚLTIMA DÉCADA NO BRASIL. Revista Uningá, v. 57, n. S1, p. 043-044, 2020. Disponível em: https://revista.uninga.br/uninga/article/view/3883#:~:text=Por%20meio%20da%20an%C3%A1lise%2C%20foi,um%20valor%20significativo%20de%20casos. Acesso em 29 jul. 2024.

MIRANDA, B. A. et al. Doença reumática do coração no Brasil: dez anos de análise epidemiológica na população infantil. In: Congresso Médico Acadêmico UniFOA. 2019. Disponível em: https://conferenciasunifoa.emnuvens.com.br/congresso-medvr/article/view/245. Acesso em 28 jul. 2024.

ORTONA, E.; PIERDOMINICI, M.; RIDER, V. Editorial: sex hormones and gender differences in immune responses. Front Immunol, v. 10, p. 1076. 2019. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6530401/. Acesso em 05 ago. 2024.

RALPH, A. P. et al. The 2020 Australian guideline for prevention, diagnosis and management of acute rheumatic fever and rheumatic heart disease. Medical Journal of Australia, v. 214, n. 5, p. 220-227, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33190309/. Acesso em 02 ago. 2024.

RWEBEMBERA, J. et al. Recent advances in the rheumatic fever and rheumatic heart disease continuum. Pathogens, v. 11, n. 2, p. 179, 2022. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35215123/. Acesso em 03 ago. 2024.

ZÜHLKE, L. et al. Clinical outcomes in 3343 children and adults with rheumatic heart disease from 14 low-and middle-income countries: two-year follow-up of the Global Rheumatic Heart Disease Registry (the REMEDY Study). Circulation, v. 134, n. 19, p. 1456-1466, 2016. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27702773/. Acesso em 05 ago. 2024.

Downloads

Publicado

09/02/2024

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

TAYT-SOHN, Bárbara dos Santos et al. Febre Reumática: estudo de séries temporais. Journal of Social Issues and Health Sciences (JSIHS), [S. l.], v. 1, n. 6, 2024. DOI: 10.5281/zenodo.13627549. Disponível em: https://ojs.thesiseditora.com.br/index.php/jsihs/article/view/161.. Acesso em: 27 set. 2024.